quarta-feira, abril 12, 2006

HOUSE - Fox

Até me sinto mais inteligente ao ver que tamanha personalidade afinal tb é viciado como eu, numa das séries que eu considero das mais brilhantes que tenho visto nos últimos anos !!!

"Depois há um bónus suplementar, a série da Fox “House” centrada numa situação clássica de muita televisão americana, o hospital. Mais do que em “Deadwood”, que é um retrato de grupo, o retrato de uma cidade, “House” é dependente de uma personagem, o médico Gregory House representado pelo actor inglês Hugh Laurie. House é uma personagem ideal de televisão, excessiva, enchendo o ecrã com a sua mera aparição, um génio do diagnóstico diferencial (que cita o Jornal do Instituto de Medicina e Higiene Tropical em português para um caso raríssimo de transmissão sexual de “doença do sono”), absolutamente insuportável de feitio, agressivo, cínico e solitário. House sofre dores violentas devido a uma doença numa perna, que arrasta com a sua bengala pelo ecrã coxeando e tomando Vicodin às mãos cheias. O New York Times, referindo-se a esta série, escreveu: “Tão aditiva como Vicodin…”O hospital onde House trabalha é completamente artificial, demasiado perfeito para ser verdadeiro. Nada está sujo, todos os mais complexos meios de diagnóstico existem, não faltam quartos, nem pessoal, nem remédios, por sofisticados e raros que eles sejam. Se não houvesse Gregory House, a demonstração da imperfeição genial, a série seria anódina. Mas, diferentemente das séries de hospital e de médicos, “House” passa quase sempre por cima do aspecto melodramático da doença, para se centrar no exercício intelectual de descobrir a causa, e sobre esse ponto de vista o grau de complexidade dos diagnósticos, e a sua metodologia diferencial são uma parte fundamental da estrutura narrativa. À narração acrescenta-se a dança subjectiva da sua equipa de colaboradores, que trata abaixo de cão, e dos administradores do hospital, afectados pela violência verbal de House e as suas atitudes não convencionais. A única personagem que trata House de igual para igual é o seu colega oncologista Wilson, e os diálogos entre os dois são um dos bons retratos ficcionais da amizade de qualquer série televisiva.“House” e “Deadwood” reconciliaram-me com o mundo das séries televisivas, que a televisão portuguesa agora afasta cuidadosamente do horário nobre, onde não entra nada que não seja em português. Há mais mundo para além do infantilismo dos concursos, telenovelas e reality shows. Num canal perto de si. Pago, mas como não há almoços grátis, não me queixo. O almoço é bom, mesmo com gripe." - in ABRUPTO - JPP

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