quinta-feira, janeiro 12, 2006

Eskerda

O vinho é de esquerda. Resultado do trabalho de quem sua, de quem reza pela chuva ou pelo Sol, da origem humilde de quem trabalha na e para a terra (blá blá blá). Haverá mais rótulos para colocar à esquerda?
O vinho é de direita. O melhor dos néctares apreciado pela nobreza e burguesia de Porto, de Royal Tokaji ou de Champagne. Haverá mais rótulos para colocar à direita?
Ok. Não há esquerda. Não há direita. Há gestão de interesses feita pela classe política que, infelizmente, é apoiada por uma Torre de Babel ideológica a que alguns chamam de esquerda, outros chamam direita.
A grande e nobre ciência que é a Política (Platão) deixou de o ser quando o resultado das suas acções se resume a uma percentagem de votos, de votos, de votos. O braço armado da política, a diplomacia, resume-se a um conjunto de negociações feita para interesses conjunturais, muito menos que estruturais, de quem consegue manter alguma predominância na sociedade: o capital.
Olá. Eu sou o Paulo. Rotulador. De esquerda.

1 comentário:

Unknown disse...

Ideologias e semântica à parte, eu cá gosto de vinho...
Quer seja caseiro, da vinha por trás da casa do sr Pinto, servido em copos sujos, e com o arrepio final na espinha...
Ou da garrafeira do sr. Visconde, importado da Califórnia, e com sabor indecifrável a frutos silvestres...
Feito ou bebido pelo povo, comprado ou produzido pela burguesia pouco me interessa, desde que tenha motivo para brindar e alguém que me encha o copo...